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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Resenha: Água para elefantes


Longe de ser mais um livro meloso


Eis uma obra que a princípio eu não teria a menor vontade de adquirir e ler. Primeiro por aparentar ser mais um dos muitos e terríveis livros água com açúcar que abarrotam as prateleiras das livrarias. Aqueles que, muitas vezes são recheados de histórias inverossímeis e irreais que são mais indicadas para um público mais juvenil e menos seletivo. Segundo, porque foi adaptado para o cinema tendo o insosso ator Robert Pattinson como protagonista...

Mas, ganhei de presente. E, "como cavalo dado não se olham os dentes", resolvi tirar uma tarde para dar uma 'folheada' no livro, sem maiores compromissos. Só que a folheada acabou se tornando uma das leituras mais prazerosas que já tive nos últimos tempos.

Água para elefantes, terceiro livro da canadense Sara Gruen tem romance, claro. Mas também aborda temas que são populares e fascinam muito as pessoas, como o mundo dos circos e a paixão dos seres humanos pelos animais, mas sob uma ótica completamente desprovida de glamour, voltada mais para os bastidores dos espetáculos e longe dos picadeiros, onde vemos seres racionais e irracionais vivendo na mais completamente precariedade, considerando que vivem em terríveis tempos de recessão econômica.


A história se passa em dois tempos distintos: em (indefinidos) dias atuais e no começo dos anos 30, nos Estados Unidos, logo após a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929. O protagonista dela é um senhor nonagenário de ascendência polonesa que vive em um abrigo para idosos, chamado Jacob Jankowski. Com ele, e bastante nítidas, também vivem as reminiscencias de seu passado.


Aos 23 anos, Jacob era um promissor estudante de veterinária. Mas sua sorte muda quando seus pais morrem num acidente de carro, lhe deixando completamente desamparado. Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade antes de prestar os exames finais e acaba pulando em um trem em movimento, pertencente ao Circo dos Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.

Admitido com uma certa má vontade para cuidar dos animais, já que todos vivem tempos difíceis, Jacob sofrerá nas mãos do implacável "Tio" Al, o empresário tirano do circo, e de August, o mentalmente perturbado chefe do setor dos animais.


É também sob as lonas dos Irmãos Benzini que Jacob vai se apaixonar duas vezes: primeiro (e perigosamente) por Marlena, a bela estrela do número dos cavalos e esposa de August, e depois por Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que deveria ser a salvação do circo.


A história lhe soa interessante? Embora não seja tão inovadora à primeira vista, garanto que a mesma é comovente e prende o leitor do início ao fim, suscitando-lhe emoções diversas, que oscilam entre a angústia, a ternura e o ardente desejo por um final feliz.

Se a história termina bem, cabe a você descobrir. Pelo seu poder em comover, recomendo-a com entusiasmo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Resenha: O vampiro que ri


O princípio dos "prazeres"

Dos três mangás de Suehiro Maruo lançados no Brasil, O Vampiro que ri é o mais raro de se encontrar no mercado. Suas edições estão esgotadas.

A história narra os acontecimentos macabros que antecedem a trama do ótimo Paraíso - O sorriso do Vampiro, já resenhado aqui no blog.  Nele, descobrimos a origem da repulsiva e misteriosa Corcunda, assim como os detalhes por trás das metamorfoses de seus servos sugadores de sangue, Konosuke Mori e Runa Miyawaki, outrora pacatos estudantes de ensino médio da região de Tóquio.

Personagens como Sotoo Henmi, rapazinho piromaníaco e com fortes tendências psicóticas e Kan, um palhaço pedófilo e estuprador dão à trama um tom mais sádico e doentio que deixaria o Marquês de Sade orgulhoso. Até onde o ser humano é capaz de ir quando a satisfação de seus impulsos e instintos são suas metas primordiais?

Descubra lendo esta obra se os temas nela retratados lhe apetecerem e se o encontrar disponível para venda em algum lugar especializado. Trata-se de um verdadeiro tesouro do mangá underground japonês. Raro e indispensável.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Resenha: Olhos de pantera


Matador de feras à espreita

Um novo assassino em série está a solta em Bon Temps, Louisiana. E novamente temos a garçonete telepata Sookie às voltas com mistérios, crimes aparentemente insolúveis e claro, seres sobrenaturais.

Aliás, em Olhos de Pantera, o quinto volume das aventuras de Sookie Stackhouse (escritas por Charlaine Harris), as criaturas sobrenaturais são as vítimas da vez, não mais mulheres e jovens indefesas. E indefesa, definitivamente, não é mais um rótulo que se aplica à protagonista da história, pois, mais à vontade com seus poderes psíquicos e também mais experiente no quesito defesa pessoal, Sookie quer provar a todos e principalmente a ela própria de que pode cuidar de si, ainda mais depois de estar oficialmente livre de compromisso com seu vizinho vampiro e ex-amor, Bill Compton.

Porém, desta vez, não será fácil pegar o assassino. Ele também é de origem sobrenatural e Sookie não consegue ler com clareza seus pensamentos. Mas sabe, lá no fundo que ele está completamente obcecado em destruir mutantes metamorfos como ele, colocando assim em perigo o único irmão da própria Sookie, Jason, um recém-criado homem-pantera.

A trama é concisa, envolvente, mas em comparação ao livro anterior é um pouco fraca e confusa em algumas passagens. Mesmo assim, a diversão é garantida, ainda mais para os fãs desta série de livros em particular e do seriado de TV a qual ela deu origem, True Blood.

Portanto, leia sem culpa. E descubra que no mundo de Sookie, repleto de seres e acontecimentos estranhos,   os temíveis vampiros são apenas uma pequena ponta de iceberg.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Resenha: Um leão chamado Christian


Perto do coração selvagem


Este livro possui uma história bem peculiar.

Bastou apenas um vídeo de dois minutos exibido no YouTube e assitido, em apenas um mês, por mais de 4 milhões de pessoas para transformar Um leão chamado Christian num dos maiores fenômenos da internet de todos os tempos. Neste livro com mais de 50 fotos, você vai conhecer a história daquele que é considerado o leão mais “fofo” do mundo.

A história começa quando dois rapazes australianos, Ace e John, que moram na Londres de 1971, se encantam por um filhote de leão à venda numa badalada loja da cidade e decidem comprá-lo para o criar como um bichinho de estimação.

Esperto, e dócil, o leãozinho recebe o pomposo nome de Christian. E acaba transformando a vida de todos para melhor, salvas algumas dificuldades de adaptação iniciais do animal em seu novo lar, envolvendo, na maior parte delas, objetos destruídos graças às brincadeiras do pequeno felino.

Entretanto, com o passar do tempo, o leãozinho cresce. E rápido. E por conta disso, seus donos chegam logo à conclusão de que criar um leão na pequena loja onde mantém, talvez não seja algo adequado, já que envolve possíveis riscos ao animal e às pessoas. E depois de tentar infrutiferamente arranjar um novo lar para seu bichano, resolvem então pôr em prática a única opção que eles possuem: procurar alguém que os ajude a adaptar Christian à vida selvagem e enviá-lo ao continente que nunca conheceu, já que nasceu em solo inglês: a África.

Encontrando as pessoas certas depois de algum tempo, para ajudá-los em sua empreitada, John e Ace conseguem levar Christian com sucesso ao Quênia, onde é adaptado e introduzido à natureza.

Um ano depois e saudosos do animal, eles resolvem visitar Christian em seu novo lar. Mas será que foram reconhecidos pelo leão, já adulto e selvagem?

Isso você descobrirá lendo o livro. E também os muitos percalços que Christian e seus donos passaram para que sua “volta” à natureza fosse possível.

Um leão chamado Christian, na verdade, é uma reedição. O original foi lançado na época em que John e Ace já haviam devolvido Christian ao seu habitat original e o vídeo no YouTube, que você assiste logo abaixo, serviu apenas para popularizar novamente a história desse leão e para fomentar ainda mais as discussões acerca de se ter um animal selvagem como bicho de estimação, sobre o futuro de animais de circo e de colecionadores e até mesmo de animais usados para filmes. O que acontece com eles depois?

Apesar de hoje em dia existir uma preocupação maior com o bem estar dos animais, esta história continua atual e serve como um exemplo e como amostra de como o selvagem pode se aproximar do coração humano sem feri-lo e de como as pessoas podem contribuir, efetivamente, para melhorar a vida de animais que vivem em condições estranhas e desfavoráveis às suas espécies. Recomendo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Resenha: O bom Jesus e o infame Cristo


O "salvador" e  a sombra que o acompanha


Phillip Pullman, um ateu confesso, é famoso no mundo inteiro por sua trilogia "Fronteiras do Universo", onde, por meio de uma espécie de fábula inserida no mundo real, questiona a religião cristã e suscita dúvidas sobre a onipresença, a onipotência e a onisciência de Deus.


Com este livro, não poderia ser diferente. Despreocupado com a repercussão negativa de seus livros entre fundamentalistas religiosos, desta vez ele resolve extrapolar um pouco e eleger, como alvo de suas críticas, o filho do "Homem" - Jesus Cristo. Ou melhor dizendo, os filhos do homem, os irmãos gêmeos Jesus e Cristo.


Hã? Como?


Isto mesmo, não estranhe. Nesta história de Philip, Maria dá à luz dois gêmeos – Jesus e Cristo. Um, descrito como “forte e saudável”, e o outro, como “pequeno, fraco e de aspecto doentio”.


As distinções entre os dois irmãos vão ficando mais evidentes no decorrer da história. Jesus é extrovertido, travesso e querido pelas outras crianças e Cristo, um menino reservado e meio misantropo que captura para si a preferência e a proteção da mãe.


Já adultos (já que pouco se conhece sobre a real juventude do filho de Deus) e após uma peregrinação no deserto, observamos Jesus iniciar suas pregações ao público, enquanto Cristo, sempre à sombra do irmão, dispõe-se a observar seus discursos e fazer anotações sobre tudo o que ele faz. E é a partir disto que o autor arquiteta a finalidade principal do livro: mostrar ao leitor a inconsistência da Bíblia e dos relatos nela contidos, especialmente os do Novo Testamento, que narram a vida do 'Messias'. Na história, observamos Cristo passar a ser orientado por um misterioso desconhecido para aumentar, manipular e até a inventar fatos grandiosos relacionados ao seu irmão, tornando-o assim cada vez mais popular.


O bom Jesus e o infame Cristo é um livro bem escrito, simples e de fácil leitura. Inspira reflexões sobre diversos mitos que se criaram em torno do cristianismo e apresenta uma versão diferente e plausível da vida terrena do filho de Deus, tornando-o justamente o que provavelmente sempre foi: um ser humano normal, com suas qualidades e seus defeitos.


Em uma época em que se acentua o conflito entre ateus e religiosos, entre os que acreditam ou não em Jesus Cristo, temos uma oportunidade preciosa para parar, ler e refletir sobre o tema.


O livro, portanto, é um meio de dar calor a um debate ou pode ser encarado como uma via que pode levar seus leitores a um caminho de luz, especialmente aqueles que ainda questionam sua religião (se for a cristã), sua fé ou até mesmo os seus propósitos neste mundo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Retornando!



Após um longo período de recesso, o Pérolas da Compulsão está de volta com postagens inéditas. Entretanto, as mesmas não serão diárias como eram até junho deste ano. Dependerão, portanto, da disponibilidade do blogueiro, que está às voltas com novos projetos e empreendimentos de ordem pessoal.

Mas, continuem prestigiando e principalmente usufruindo deste espaço. Todos aqui são bem-vindos!

Carinhosamente,

Marcelo
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